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Mostrando postagens de dezembro, 2019

Imhotep, o primeiro arquiteto do Egito

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Egito, aproximadamente 2.700 a.C. O faraó Djoser , da Terceira Dinastia, ordenou a construção de seu túmulo e a tarefa de projetá-lo e construí-lo foi entregue ao arquiteto Imhotep. Começou assim a história da primeira pirâmide do Egito . Imhotep imaginou uma construção em formato de uma grande escadaria, que ajudaria o espírito do faraó a chegar aos céus. Já havia uma necrópole real no local e a pirâmide foi construída em cima do túmulo do faraó. Mas você que está lendo este texto não percebeu nada de familiar? O nome do arquiteto, por exemplo — apenas para refrescar a memória — não é o mesmo de algum personagem de um filme bem conhecido lançado há alguns anos? Sim, se você já percebeu, é dele mesmo que estamos falando. E se você ainda não ligou os nomes, eu estou falando do filme “A Múmia”. Claro que o filme é uma obra de ficção, mas existiu um Imhotep no Egito Antigo e ele foi um importante membro do governo na época. Mas se ele foi amaldiçoado por fugir com uma das esposas do f

Toussaint Louverture, o Libertador do Haiti

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Espero que todos que chegaram neste texto já tenham lido nossa revista sobre os Libertadores da América, homens que lideraram as lutas que marcaram os diversos processos de independência da América do Sul. Se ainda não leram, aí vai o link. A revista sobre os Libertadores é a edição número 5, ok? Revista HistóriaZine n°5 - Os Libertadores da América Voltando ao nosso texto, é fato que o continente americano, de um modo geral, teve várias figuras de destaque na “libertação” da colonização promovida pelos europeus. Uma destas figuras chama a atenção por dois fatores: ele era negro — portanto, fazia parte da população que foi capturada na África para virar escrava aqui na América ou já nasceu aqui com este destino — e adquiriu ao longo da vida uma certa bagagem ideológica que o transformava na pessoa certa para liderar a primeira e única Revolução dos Escravos que deu certo desde a Antiguidade Clássica! Quem foi Toussaint Louverture? É o que vamos ver neste texto… O Líder que os escrav

A Revolução Chinesa

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Enquanto marco histórico, podemos assinalar o ano de 1949 como o principal da Revolução Chinesa. Mas enquanto processo histórico, nós precisamos entender os antecedentes da revolução, para poder estudar o que aconteceu em 1949 e nos anos posteriores deste que foi um dos principais movimentos populares do século XX. Os antecedentes da Revolução Chinesa Durante todo o século XIX e início do século XX as potências imperialistas europeias — em especial a Inglaterra —  mandaram e desmandaram na China. O interesse comercial na região era grande, pois não é de hoje que nós temos muita gente vivendo por lá. O raciocínio é aquele de sempre: muita gente, muita procura por produtos, muito comércio. Falamos um pouco sobre esta relação comercial conturbada no texto sobre a Guerra do Ópio. Inclusive recomendamos a leitura, ok? Ainda no início do século XX os chineses se mobilizaram para expulsar os estrangeiros de suas terras e seus negócios. Xuantong, o último imperador da dinastia Manchu, foi de

Cabral descobriu o Brasil ou veio aqui apenas “tomar posse”?

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Em 22 de abril de 1500 a esquadra do português Pedro Álvares Cabral chegou ao que hoje nós chamamos de “Brasil”, mais especificamente na região de Porto Seguro, na Bahia. Por muitos e muitos anos o termo “descobrimento” foi o mais utilizado para explicar o fato histórico, como se tudo não tivesse passado de um desvio de rota, mas… será que os portugueses realmente “tropeçaram” no Brasil durante a viagem para as Índias? ----------------- As primeiras grandes navegações Portugueses e espanhóis foram praticamente os primeiros europeus pós Idade Média que saíram navegando mundo afora e descobrindo novas terras ou rotas marítimas para terras já conhecidas, mas que apresentavam algum problema em sua rota terrestre — como a rota para as Índias, por exemplo. Ainda citando o caminho para as Índias, por terra os europeus precisavam passar por uma grande extensão sob domínio muçulmano para chegar até lá. Era tão difícil na época que eles preferiram enfrentar os perigos do mar… Neste ponto, devem

Constantinopla, capital do mundo

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Durante a Idade Média , enquanto o Império Romano do Ocidente tornava-se cada vez mais fragmentado , principalmente por causa das invasões bárbaras e do crescente processo de feudalização da região, o Império Romano do Oriente tornava-se cada vez mais próspero. Sediado na antiga cidade de Bizâncio e controlado segundo a hierarquia herdada do antigo Império Romano — aquele dos césares, sem divisões de território —, o império oriental durou mais de mil anos e tornou-se um dos principais pontos culturais do período. O título coloca Constantinopla — a “cidade de Constantino” — como o centro do mundo, apesar do período ter assistido a outras grandes cidades florescerem e tornarem-se tão ou mais importantes, mas o fato é que além da posição geográfica privilegiada, a capital do Império Romano do Oriente merece, mesmo que por um recorte de tempo específico, ser tratada desta forma. Uma cidade que fica na passagem entre dois continentes, impossível não evoluir em vários aspectos sociais e cu

A Guerra do Ópio

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O século XIX ficou marcado pelo predomínio quase absoluto do comércio inglês. Maior potência econômica da época, a Inglaterra dominava os mares e fechava negócios nos quatro cantos do mundo. Vendia seus produtos por bons preços e comprava matérias-primas com facilidade e preços camaradas . A intenção, desde a época do Mercantilismo lá no começo da Idade Moderna , era manter a balança comercial favorável , mas desta vez sob uma nova ideologia comercial, o Imperialismo que, explicado de uma forma extremamente simplista, é um Mercantilismo mais agressivo, apoiado não só nos acordos comerciais mas também no uso da força militar quando necessário. E entre todos os países que comercializavam com a coroa britânica, um em especial estava levando uma incômoda vantagem sobre a balança inglesa: a China . Os chineses produziam e vendiam chá de excelente qualidade para os ingleses — apreciadores históricos da bebida —, além de seda e porcelana, que eram apreciadas por toda Europa... e não comprava

Fenícios: os maiores navegadores da Antiguidade

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Conhecidos como “ os maiores navegadores da Antiguidade ”, os fenícios estabeleceram o primeiro império marítimo da História, ao fundar diversas colônias e cidades-estado por todo o mar Mediterrâneo. Originários do Levante — a região litorânea atualmente dividida por Síria, Israel e Líbano — os fenícios se estabeleceram na região por volta de 3000 a.C., mantendo uma relativa organização social, primeiro em pequenas aldeias, que foram evoluindo para cidades mais complexas ao longo dos séculos. Mas, segundo alguns achados arqueológicos, apenas após os séculos XII e XI a.C. é que o povo conquistou uma importância maior na região, principalmente após a invasão dos povos do mar na região da cidade de Biblos. Quando falamos em “unidade fenícia” no sentido de considerá-los um povo unido em torno de um território, um Estado, mesmo que fragmentado, devemos tomar cuidado. Apesar da organização social e política das cidades serem bem parecidas e do povo fenício ter uma importância significat

Rei Arthur: Lenda ou Realidade?

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A Idade Média está cercada de lendas e mitos que fascinam milhões de pessoas até os dias de hoje. Estas lendas na época faziam parte da tradição oral de diversos povos e com o tempo iam agregando outros elementos e personagens, sempre em forma de contos, cantos ou trovas. E de todas as lendas medievais, talvez a que mais desperte curiosidade e admiração em um número considerável de pessoas é a do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. O grande problema em falar sobre o rei Arthur é justamente saber o que é lenda ou verdade, pois até hoje nenhum historiador conseguiu provar a existência de um Arthur que reinou na Inglaterra. Ao longo dos séculos, diversos escritores romancearam a lenda, principalmente por causa da época e do local: Arthur teria vivido na Bretanha entre os séculos VI e VIII, quando tem-se também o início dos registros dos romances cavalheirescos , ou romances de cavalaria, que se consolidaram por toda a Europa Medieval lá pelos séculos X e XI. Segundo uma das le

A Recife holandesa

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Em 1624 os holandeses já haviam criado a Companhia das Índias Ocidentais e iniciado planos para a expansão de seus domínios além-mar na África e na América, já que a Companhia das Índias Orientais conseguia, na época, relativo sucesso comercial na Ásia. Mas como conquistar locais já ocupados e colonizados por portugueses e espanhóis, ainda mais na época da União Ibérica, quando as duas potências marítimas respondiam à mesma Coroa? O jeito era usar a força. E assim a Holanda conseguiu, por aproximadamente um ano, controlar Salvador, então capital do Brasil. Para os holandeses, o importante era traficar escravos para as lavouras do nordeste e eliminar os atravessadores — no caso, os ibéricos — no comércio de açúcar. Expulsos pela Jornada dos Vassalos em 1625, os holandeses juntaram forças durante cinco anos e em 1630 conquistaram Olinda e Recife. E é aqui que começamos nosso texto, falando sobre a influência holandesa na região em 24 anos de dominação. Conquistando Olinda, depois Recife

O mito do El Dorado

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A Balsa de El Dorado, artefato de ouro puro, atribuído à cultura muisca. Desde o início do desbravamento e colonização do continente americano que os exploradores destas terras d’álem-mar tiveram contato com histórias e lendas que falavam de um tal de “El Dorado” . Atrás desta lenda, muitas expedições chegaram a regiões completamente selvagens e até mesmo intocadas pelo ser humano. Mas o que era, enfim, esse tal de El Dorado? Mito? Realidade? Ou apenas “exagero” dos exploradores sedentos por ouro? Segundo as lendas, ouvidas pela primeira vez entre 1531 e 1532 pelos espanhóis que desbravavam as regiões costeiras da Colômbia, Venezuela e Peru, liderados por Diego de Ordaz, existia próximo dali um reino, dos nativos Chibcha — também conhecidos como Muiscas —, onde seu líder tinha tantas riquezas que era costume ele cobrir-se com uma resina e aplicar ouro em pó pelo corpo todo. No fim do dia o monarca ia até uma lagoa, banhava-se e retirava todo o pó que cobria seu corpo. Por isso o nome