Os Astecas


Opovo asteca se estabeleceu onde hoje é a Cidade do México, às margens do lago Texcoco, em meados do século XIV, quando foi fundada a capital de todo o império, chamada de Tenochtitlán.

A civilização expandiu até o meio do território mexicano ao norte, e ao sul chegou a fazer fronteira com os maias.

O império durou até o século XVI, quando a chegada do conquistador Fernando Cortés e centenas de soldados espanhóis dizimaram grande parte da população a partir de 1519.

A civilização asteca derivou do povo tolteca e do povo chichimeca, entre outras tribos mais antigas. E a escolha do local para a fundação de Tenochtitlán merece atenção especial.

A lenda da fundação de Tenochtitlán

Representação artística da cidade de Tenochtitlán

Conta a lenda que os astecas receberam uma revelação do deus Huitzilopochtli, que dizia que a cidade deveria ser construída no local onde o povo encontrasse uma águia devorando uma serpente em cima de um cacto.

Assim, os astecas iniciaram sua viagem para o sul — pois seus primeiros assentamentos encontrados por arqueólogos estão localizados mais ao norte do território mexicano — até visualizarem esta cena descrita por Huitzilopochtli às margens do lago Texcoco.

Os primeiros assentamentos na região de Tenochtitlán são do século XII, pois arqueólogos já encontraram vestígios que datados desta época. A cidade teve seu apogeu no século XV, antes da chegada dos espanhóis. Na verdade, os historiadores e arqueólogos reconhecem diversas correntes migratórias de povos do norte do México até a região, e com elas, várias vilas, plantações, construções religiosas e administrativas foram, gradativamente, tomando espaço até a cidade atingir toda sua grandeza.

Agricultura

Como a região do lago Texcoco na época era um grande brejo, os astecas superaram as dificuldades de plantio na região com um sistema chamado chinampas. Uma esteira era colocada sobre as áreas alagadas, e a fértil lama do brejo servia para adubar as plantações.

Plantavam muito milho, tabaco, feijão, abóbora, tomate e pimenta, além do cacau, que era a base de uma bebida conhecida como xocoatl, que foi a precursora do famoso chocolate.

As sementes de cacau também eram utilizadas como moeda de troca.

Nas outras regiões do império o plantio era simples. Aliás, os dois pilares econômicos dos astecas eram a agricultura, em parte de subsistência, e o comércio. Mas o papel dos comerciantes e artesãos vamos falar no próximo tópico.

Organização social e política

Havia o imperador, que também era o chefe do exército. Abaixo dele a sociedade era hierarquizada: sacerdotes e chefes militares compunham a elite da sociedade, seguidos pelos comerciantes e artesãos. Mais abaixo estavam os camponeses e os trabalhadores urbanos.

À exceção da elite, os astecas pagavam tributos ao imperador e podiam ser convocados a qualquer momento para trabalhos públicos — construção de pirâmides, canais de irrigação, estradas etc — , semelhantes ao sistema que era implantado na área do Crescente Fértil, por exemplo, e que nós conhecemos como “Modo de Produção Asiático”.

Os artesãos e comerciantes também exerciam um papel importante na sociedade. Enquanto uns produziam, outros eram responsáveis por transportar e vender as mercadorias em diversos pontos do império. Os comerciantes, por sua vez, por andarem pelas estradas do império, às vezes serviam como espiões do imperador, e enquanto prestavam este trabalho, estavam isentos de impostos.

Havia também uma pequena classe de escravos, que nada mais eram que inimigos capturados em batalhas e que não eram mortos, mas serviam à administração militar e também auxiliavam nas obras públicas.

Religião e conhecimento científico

Deus Quetzalcóatl (a serpente, à direita)

Os astecas eram politeístas, adorando diversas divindades que, por vez, tomavam formas humanas ou de fenômenos da natureza. Tinham o costume de realizar sacrifícios humanos para aplacar a ira dos deuses ou aumentar a produção agrícola.

Acreditavam que o sangue humano deveria ser oferecido ao Sol, para que o mundo não parasse.

Apesar de apresentarem características religiosas normalmente classificadas como bárbaras, os astecas eram bem desenvolvidos cientificamente para a época.

Tinham um calendário próprio e relativo conhecimento astronômico. Sua escrita era pictória, formada por desenhos que representavam a fala.

Na medicina — exercida pelos sacerdotes — apresentavam relativo conhecimento da anatomia humana e sabiam do efeito de diversas plantas usadas para cura. Havia também o estudo específico de determinada enfermidade, o que leva a crer que os sacerdotes eram especialistas em curar certas doenças. Sabemos disto pois nos sítios arqueológicos, espalhados em várias cidades, os arqueólogos encontraram representações específicas de tratamentos medicinais que eram realizados apenas naquele sítio arqueológico, não sendo mais observado em outros sítios.

O declínio do Império Asteca

Como já foi citado, a chegada do espanhol Fernando Cortés (ou Hernán Cortés, ou Hernando Cortés, encontramos citações do conquistador com estas três grafias) dizimou quase que completamente o império asteca.

Além de matar pelo ouro, que existia em abundância , os espanhóis também espalharam — “sem querer”, claro — doenças que ajudaram a matar milhões de nativos. Com o tempo, ao lado das grandes cidades foram construídas outras, habitadas gradativamente por espanhóis — chamados de chapetones — e mais tarde os criollos — filhos de espanhóis nascidos na América.

A Cidade do México é um bom exemplo desta ocupação: o sítio arqueológico de Tenochtitlán fica bem próximo da cidade, que com o tempo cresceu e ocupou todos os espaços em volta.

Hoje em dia só restam ruínas do povo asteca, que já foi uma das maiores civilizações a existir na América antes da chegada dos europeus.

Ruínas de Teotihuacan.

Parte das ruínas de Tenochtitlán, com a Cidade do México em volta…

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